
Antes de me graduar e saber um pouco mais sobre o que é Psicologia, não acreditava em Terapia de Casal. Pensava que era uma atitude extrema de duas pessoas que já haviam tentado de tudo e que apelavam para qualquer coisa que as pudesse salvar do inevitável fim da relação. Talvez você também pense assim. Ledo engano.
Na teoria e, depois de algum tempo, na prática de estágio atendendo casais compreendi que a Psicoterapia voltada ao casamento era tão especial e importante que deveria ser uma medida profilática muito mais do que remediativa. Ela deveria ser presenteável e constar como item nas listas de casamento dos noivos.
Nela, trabalhamos sentimentos, mas não somente isso. Trabalhamos a forma de aprender a conversar com o outro, a maneira de expressar as próprias idéias sem ferir, a necessidade de largar mão do "cabo de guerra" e partir para o "mãos dadas".
Partindo da ídéia de que cada ser humano é singular, a união entre dois seres humanos ímpares não deveria ser vista como algo tão fácil como se prega a quatro ventos. Mesmo sendo muito parecidos, cada um, dentro da vida a dois, tem suas manias, vontades e pensamentos. Esta percepção é primordial para que um casamento dê certo: ninguém é igual a ninguém e por isso mesmo a convivência diária deve ser uma prática de tolerância, respeito e muito amor.
Na grande maioria dos casos o casal briga por não conseguir mais ceder. Um lado sempre apresenta-se como vítima e o outro como vilão. A primeira coisa que tratamos na psicoterapia é que ninguém é bom ou mau e que os dois estão no mesmo barco e devem cooperar para remar para um lugar melhor.
Muitas vezes a terapia de casal termina em separação. E isso é muito importante de ser dito. As pessoas apostam na terapia, muitas vezes, de maneira tendenciosa, acreditando que o terapeuta irá "tomar as dores" de um dos lados, obrigando o outro a agir como o cônjuge julga ser melhor. Isso, definitivamente, não acontece. E quando, por trás do que chamamos de sintoma ou causa, aparece toda a história daquelas duas vidas, ambos conseguem perceber o motivo de estarem naquela sala, com uma pessoa estranha, discutindo suas vidas. E neste momento, podem optar pela reestruturação ou não.
Normalmente, quando o casal se separa, a ajuda terapêutica é primordial. Acabam se separando de forma menos dolorosa e mais amigável. Compreendem a causa da crise, mas não acreditam mais naquilo que um dia acreditaram e por isso partem para o outra.
Eu acredito que quando existe amor - e aqui eu incluo amor próprio - tudo pode ser renovado, porque este amor faz com que o casal entenda que pode mudar o rumo que o casamento levou. Mas se os motivos são unicamente externos como filhos, casa, dinheiro, as coisas se complicam mais. Nenhum casamento é mantido por muito tempo por esses motivos.
O mais importante é perceber que a terapia de casal não deve ser compreendida como derrota, nem tão pouco como a última tentativa. Deve ser encarada como uma possibilidade terapêutica de evidenciar as próprias dores e medos, sonhos e esperanças para aquele alguém que um dia foi sua grande razão de existir e que hoje, por um motivo ou outro, já não consegue entender o que você fala porque você também já não entende o que ele fala.
Terapia de casal é diálogo. E quando se conversa de forma clara e com o coração limpo, tudo se encaixa. Pense em sua relação e em como é importante mantê-la livre de qualquer equívoco ou confusão.Terapia de casal é cuidado: com o outro e consigo mesmo. Como diria Herbert Viana: "Cuide bem do seu amor, seja quem for.".
Luz e Paz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
É sempre bom trocar idéias! Comente este Blog!