
Final de ano sempre dá aquela sensação de que as coisas estão acabando. As pessoas passam a diminuir o ritmo das coisas, enfeitam a casa com decoração de Natal, compram presentes, brincam de amigo secreto. É quase como um ritual de passagem. Percebem o ano seguinte que está por vir como uma grande possibilidade de mudança, como um salvador de todas as coisas desagradáveis que aconteceram e que poderão deixar de existir na nova fase. Mas, será que isso acontece?
O que se vê é uma grande vontade de vencer os problemas logo no primeiro mês. Os planos são colocados em ação, as metas revistas, as promessas criadas. Mas, quando janeiro passa e constata-se que a mudança não aconteceu - e quase nunca acontece - a frustração toma conta de tudo e a esperança arrasta-se morta por mais onze meses adiante. Por que?
A resposta é muito fácil e todos nós sabemos qual é. Só não sabemos como mudar. Se pensarmos em renovação, o que de fato fazemos internamente para que isso aconteça? E qual o motivo de sermos tão intolerantes e exigentes, querendo que tudo se transforme em 30, 60 dias? Os consultórios de psicologia ficam cheios no começo do ano. E terminam quase vazios...
A reforma íntima não acontece. O que acontece é uma reforma superficial. Olhamos para fora e arbitramos o que devemos ou não fazer, sem ao menos mergulharmos um pouquinho em nós mesmos, sem ao menos avaliarmos se tudo aquilo que queremos é realmente o que precisamos.
É muito difícil responsabilizar-se pela própria vida. Eu vejo isso todos os dias. A culpa é sempre da mãe, do vizinho, do irmão, do chefe, do Governo, da crise... E pensando assim, as resoluções de começo de ano carregam essa visão contaminada. Se eu pudesse classificar este comportamento como patologia, daria o nome de "outrismo". O outro é sempre o foco...
A verdadeira renovação começa de dentro. E não tem data para começar. Ela pode começar exatamente agora.
Não me entendam mal, eu simplesmente amo o Natal. Mas, se ao invés de enfeitarmos com zilhões de lampadazinhas as árvores de casa, do trabalho, do jardim e das ruas, ocupássemos o tempo olhando mais para nossos sentimentos, não teríamos um Natal mais brilhante?
Seja você mesmo o seu "Santa Claus" (o bom velhinho!): dê-se de presente momentos de introspecção e meditação sobre o que é, de fato, importante para você. Dessa forma, tenha a certeza de que seu ano novo começará muito antes do momento em que os fogos de artifício do dia 31 colorirem os céus!
Luz e Paz!
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