"Viver é desenhar sem borracha" (Millôr Fernandes). Esta frase é uma das minhas preferidas para ilustrar, em terapia, que errar é humano e que viver ultrapassa qualquer deslize.
Muitas pessoas remóem sentimentos. Sentem-se culpadas por alguma coisa que fizeram ou deixaram de fazer no passado e vivem o presente como se este fosse um carbono, velho e inútil, de tempos atrás.
O presente não tem esse nome por acaso. Ele de fato é um regalo do universo para que aproveitemos o agora com novas empreitadas. É como se pudéssemos desembrulhar a novidade do mundo a cada instante.
Infelizmente, a maioria de nós não consegue viver no presente. Vive aqui e ali, um pouquinho no passado e um pouquinho no futuro. Ora lamentando o que passou, ora planejando o que virá. Mas, e o "aqui"? Como fica?
O sofrimento psíquico, em grande maioria, advém da inabilidade em lidar-se com o momento atual. Se nos ocupássemos com o minuto em que estamos, os problemas seriam bem menores ou até mesmo inexistentes. Talvez seja por isso que os zen-budistas vivam com mais sabedoria. Eles vivem constantemente o instante. E vivem melhor.
Estar no "aqui e agora" é uma tarefa que deve ser feita e refeita diariamente. É como se fôssemos educar um filho a escovar os dentes todos os dias. E nesse caso, o ser educado somos nós. É preciso que a obrigação fique tão arraigada até que, num certo momento, se torne hábito. E então, o passado e o futuro passam a representar não mais objetos de sofrimento ou fuga, mas sim referências temporais positivas que nos auxiliam a errar menos no presente.
Luz e Paz!
Muito interessante o texto sobre o "presente". Existe muita sabedoria em se viver o momento, vivenciar o aqui e o agora, algo muito difícil na tradição ocidental, cheia de culpas pelo passado e temores pelo futuro...
ResponderExcluir