segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"Momento de mudar ou momento de permanecer?"





Muito se fala sobre a necessidade de estarmos atentos e suficientemente flexíveis à mudança. A estagnação é uma patologia que se torna crônica mais rapidamente que qualquer outra.


Mudar é movimentar-se do conhecido para o desconhecido, da impossibilidade para a possibilidade. É a passagem do estado de paralisia para o de completa ação.


Os consultórios estão repletos, em grande maioria, de pessoas com medo de mudar, principalmente pelo apego que desenvolvem pelo cenário dramático que construíram em torno de si durante anos e anos. No entanto, assim como existem pessoas que são avessas à mudanças existem também aquelas que mudam o tempo todo. Vamos chamá-las de action addicts ou viciadas pela ação.


Os action addicts são indivíduos extremamente focados no "lado de fora". Observam com atenção os movimentos do ambiente e estão sempre preparados para a mudança. Normalmente buscam uma adrenalina necessária e motivadora, que desestrutura o que foi construído para começar algo "melhor".


Assim como na inflexibilidade à mudança, a mudança constante pode caracterizar-se como sendo uma síndrome patológica bastante preocupante que gera indivíduos constantemente insatisfeitos e com capacidade de vinculação bastate prejudicada.


Muitas vezes, os viciados pela ação na realidade agem compulsivamente de modo a evitar o confronto de sentimentos internos profundos, mágoas, medos, limites... São mestres na alteração de rota dos percursos que provocam instrospecção e auto-conscientização. Embora apresentem uma imagem de dinamismo e flexibilidade ímpares, carregam consigo uma inabilidade de auto-aceitação e enfrentamento.


Os action addicts normalmente são inconstantes: trocam de emprego ou de profissão de forma anormal, não conseguem estabelecer relações amorosas não-conflituosas, mantém vínculos superficiais para evitar a criação de raízes profundas. Todos estes comportamentos são, na maioria das vezes, respostas inconscientes e não arquitetadas que representam uma defesa do psiquismo, que por algum motivo - exclusivo a cada indivíduo - procura segurança na mudança.

Compreender e utilizar a mudança como transformação é submeter-se ao maravilhoso poder da sincronicidade. Compreender e utilizar a mudança como fuga é querer inutilmente adotar a postura de controle soberano.


Cada um de nós pode tender mais para um lado que o outro: inflexíveis à mudança ou viciados nela. Mas é importante lembrar que todos nós transitamos entre uma polaridade e outra, de acordo com nossa conveniência. Assim, quando nos deparamos com uma possibilidade de mudança, temos antes que avaliar de fato o que ela representa: fuga ou transformação? É através desta auto-análise que conseguiremos saber se o momento é de mudar ou de permanecer.


Luz e Paz!

E até breve!